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CINE CAFÉ

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  • - Victória Destefani Silveira de Souza - Apaixonada por cinema é estudante do Curso Técnico em Turismo no IFC, Campus São Francisco do Sul

O Céu da Meia-Noite replica fórmulas de ficção científica ? -

Eu sempre gostei muito de filmes de ficção científica e quando vi o trailer de O Céu da Meia-Noite, fiquei super empolgada para assistir. Dirigido e  estrelado por George Clooney, a história conta de um cientista solitário que  vive na Antártida e precisa avisar uma nave espacial que a Terra agora é  inabitável devido a uma catástrofe global. A surpresa está na companhia que o cientista recebe em sua estação de serviço. 

Um fã de ficção científica sabe o quanto é necessário que as histórias sejam bem desenvolvidas, seguindo uma linearidade de fatos, para não deixar o expectador "aéreo" com relação ao futuro distópico apresentado. E isso a produção deixa a desejar. Por mais que em alguns momentos seja dito que o planeta passou por grandes transformações devido ao fato de que os humanos não souberam cuidar de seus recursos naturais, ainda fica muito vago o motivo que levou a isso. Para um filme do gênero, ele segue a fórmula, mas peca no desenvolver da trama. 


Um ponto que para mim é crucial para gerar uma relação entre o expectador e a produção são os personagens. É necessário que seja mostrado seus sentimentos, a falta que sentem da família ou até mesmo as relações dentro da nave. Mas isso não é transmitido da maneira correta. O que Uma Odisseia no Espaço faz com total genialidade, O Céu da Meia-Noite carece. 

Não há envolvimento entre os sentimentos de personagens, o que acaba por deixar o filme monótono. A companhia do cientista durante sua jornada não fala, apenas se expressa através de desenhos ou gestos. Isso é um ponto positivo, pois mudam as coisas ao sair dos diálogos. Para que os dois se entendam será necessário que saibam conversar sem utilização de falas. Pode ser que isso venha a ser um pouco repetitivo no decorrer da trama, mas caracteriza a personagem, deixando uma marca ao expectador. 

Ao final do filme, duas coisas me chamaram muito atenção. O foco da história para a questão ambiental e a solidão. Em uma das cenas fica evidente como os humanos foram capazes de destruírem o planeta em poucos anos. Já a solidão é mostrada no cotidiano do personagem principal, quando e sua dificuldade em contato com a espaçonave, mostrando um futuro niilista para o qual seguiríamos. 

A última cena fica muito vaga, o que deixa a desejar uma continuação. Clooney nos prova sua capacidade de criar um enredo que prende o expectador e o faz querer entender o que levou a Terra a ser devastada de maneira tão cruel. A fórmula utilizada para filmes de ficção científica funciona, mas ainda precisa ser aprimorada.

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